
O excesso de peso e a obesidade levam a distúrbios das condições de saúde do organismo, tais como: diabetes mellitus, hipertensão, dislipidemias, certos tipos de câncer, sendo relacionados também à ocorrência de eventos cardiovasculares, além de outras doenças que interferem na qualidade de vida do indivíduo, especialmente no idoso. Essas alterações podem ser representadas por distúrbios psicológicos, sociais e aumento do risco de morte prematura.
Os distúrbios psicológicos, incluindo depressão, distúrbios alimentares, imagem corporal distorcida e baixa autoestima, estão associados ao sobrepeso e à obesidade. As prevalências de ansiedade e depressão são de três a quatro vezes mais altas entre indivíduos obesos. Além disso, indivíduos obesos são estigmatizados e sofrem discriminação social.
Mapa abaixo mostra prevalência de obesidade no mundo em porcentagem.

Programa de Intervenção Nutricional associado à atividade física: discurso de idosas obesas.
Sabe-se que a obesidade tem impacto relevante na longevidade, e qualquer iniciativa com vistas à redução de peso traz benefícios que podem ser observados em longo prazo, e que tendem a ser maiores quanto mais precoces forem essas intervenções. Isto não apenas para os graus maiores de obesidade, mas inclusive para os que se encontram na faixa de sobrepeso
Este estudo exploratório de natureza qualitativa investigou o discurso de idosas obesas quanto à participação em um programa de intervenção nutricional associado à atividade física. Participaram da pesquisa dezoito idosas obesas, inseridas em Centros de Referência e Cidadania do município de João Pessoa (PB).

As intervenções que mais afetam a qualidade de vida no envelhecimento estão centradas na eliminação do fumo, no aumento da atividade física habitual e na melhora dos padrões nutricionais.
A participação do idoso em programas estruturados de atividade física proporciona uma maximização de contatos sociais, favorecendo melhorias na satisfação com a vida e redução da solidão. O idoso fisicamente ativo é capaz de superar as exigências impostas pela atividade física (autoeficácia), resgatar a autovalorização e a autoconfiança, o que irá interferir positivamente na autopercepção da imagem corporal. O resgate desses aspectos, promovido pela prática de atividade física, melhora a forma como o indivíduo lida com seu corpo e pode refletir em outros comportamentos relacionados ao bem-estar, como a alimentação e o convívio social.
É inegável a relevância do programa de intervenção nutricional associado à prática de atividade física na promoção da saúde das idosas participantes, que se traduz em uma sensação de maior disposição nas atividades diárias, como andar, levantar-se, dormir, bem como a melhora no quadro de algumas doenças crônicas evidenciada nos depoimentos das participantes do estudo.

O processo de envelhecimento é determinado por diversos fatores, entre os quais se podem citar os de natureza genética, que não são passíveis de intervenção, e os de natureza ambiental, sobre os quais se pode agir. Entre estes últimos, encontra-se a alimentação, que exerce papel fundamental na promoção, na manutenção e na recuperação da saúde, desde que seja nutricionalmente adequada.
.


Diversos autores relatam que o principal fator que determina o potencial de longevidade é a nutrição adequada. Isto faz crer que o tipo de alimentação pode estar diretamente associado à qualidade de vida do indivíduo, pois uma alimentação adequada pode diminuir o risco de incidência de certas doenças.
Mudar o comportamento e alterar hábitos arraigados prejudiciais à saúde e à qualidade de vida não se fazem por mágica ou pela simples vontade de mudar; é preciso ter disciplina, persistência, determinação, e incluem também o equilíbrio entre os estados físico, funcional, psicológico, social e os fatores econômicos.
Nesse contexto, a principal etapa do tratamento da obesidade deve consistir numa reestruturação do comportamento do indivíduo, em busca de um estilo de vida saudável. Essas mudanças, uma vez atingidas, diminuem também os fatores de risco associados à obesidade

O discurso do sujeito coletivo das idosas envolvidas na investigação expressa de forma bastante clara a elevação da autoestima, uma vez que o reconhecimento de seu novo visual, ou seja, seu corpo, gera satisfação. Após a perda de peso, observasse uma sensação de maior disposição e leveza, trazendo um bem-estar físico e emocional.
Na terceira idade, ainda que as capacidades fisiológicas e o desempenho de esforço estejam certamente abaixo daqueles dos jovens, o idoso pode mudar com sucesso padrões de comportamento, de alimentação e de atividade, desde que motivado. A autonomia ajuda a eliminar barreiras sociais e culturais e permite com que a pessoa tenha uma visão positiva da vida, condição que a predisporá a novas buscas para o seu bem-estar, levando-a mesmo a mudar seu estilo de vida.
Para acessar o arquivo completo, clique no ícone abaixo.
