
A prática de exercícios físicos para a promoção da saúde ou para a melhoria do desempenho atlético promove adaptações fisiológicas (figura 1.) e morfológicas em seus praticantes. As adaptações morfológicas referem-se às alterações sofridas pelos diferentes componentes corporais (Costa, 2002).
A avaliação antropométrica pode ser utilizada para tentar estabelecer uma correlação entre perfil corporal e rendimento esportivo, uma vez que, o perfil antropométrico do indivíduo pode influenciar no desempenho da modalidade praticada bem como no nível de treinamento necessário para obtenção de bons resultados. Os parâmetros antropométricos mais utilizados na avaliação nutricional são: peso corporal, estatura, índice de massa corpórea (IMC), dobras cutâneas, comprimento de membros, envergadura e medidas de circunferência.
FIGURA. 1

Avaliação Antropométrica
A avaliação antropométrica é um dos métodos que fazem parte da avaliação nutricional. Este tipo de avaliação é realizado na clínica de avaliação nutricional.
O texto abaixo explica como é feita e sua importância no atendimento nutricional. Foi retirado do capítulo 25 do livro Avaliação Nutricional, Teoria e Prática, capítulo escrito por R.G.Pedrosa, J.Donato Jr; L. Rossi, M.M.Rogero, e J.Tirapegui; e também partes do capítulo 20 do livro Avaliação Nutricional, Aspectos Clínicos e Laboratoriais, capítulo escrito por F.N.P di Candia.
A composição corporal tem sido considerada, por muitos pesquisadores, um fator de extrema relevância para o rendimento do atleta em alguns esportes, embora não exista nenhuma conclusão definitiva sobre esta questão. Neste contexto, considera-se que tanto a gordura corporal, quanto a massa magra corporal, podem influenciar o desempenho esportivo.
Sendo assim é importante fazer a avaliação da composição corporal do atleta e esta pode ser feita através da avaliação antropométrica, por meio de estimativas. Ainda que seja demandada a massa magra, grande importância deve-se lembrar que a gordura corporal também exerce diversas funções no organismo, sendo assim, um percentual muito baixo de gordura corporal pode acarretar prejuízo à saúde do atleta e, consequentemente, ao seu desempenho esportivo. Propõe-se que valores iguais ou menores do que 5% para homens e 8% para mulheres podem comprometer algumas funções fisiológicas e metabólicas de seus organismos. Segue abaixo figura (figura 2.) com valores de percentuais de gordura e figura ilustrativa bem como valores de referência para ambos os sexos (tabelas 1 e 2).
Figura 2.
Tabela 1.
Tabela 2.

É importante frisar que o “peso”, obtida na balança, não é capaz de identificar as quantidades percentuais de massa gorda e massa magra. Sendo assim, a redução de “peso” pode não significar emagrecimento (redução de gordura), bem como seu aumento pode não significar um incremento na quantidade de gordura corporal (Costa, 2002).
O monitoramento da composição corporal e do estado de saúde do atleta permite um acompanhamento mais criterioso quanto à prescrição de exercícios e dietas, além de apresentar informações valiosas para a predição e a estimação dos vários componentes corporais de sedentários ou atletas, no crescimento, desenvolvimento e envelhecimento (Filho, 2003).

Os parâmetros antropométricos mais utilizados são:
- peso: peso corporal, peso ideal, história de peso corporal, cálculo do gasto energético pelo peso, meta de peso pessoal e relação peso para estatura;
- estatura;
- diâmetros ósseos: do punho, cotovelo e joelho;
- perimetria (medida das circunferências corporais): pescoço, tórax feminino, tórax masculino, cintura, abdome, quadril, coxa proximal, coxa mesofemural, coxa distal, panturrilha, braço normal, braço forçado, antebraço e punho;
- dobras cutâneas: tricipital, subescapular, peitoral feminina, peitoral masculina, bicipital, axilar média, supra-ilíaca, supra-espinhal, abdominal, coxa e panturrilha medial.
Segue abaixo imagens e informações de técnicas de avaliação de algumas medidas antropométricas.

A bioimpedância elétrica é utilizada pela clínica da UFS para avaliação da composição corporal, caracterizando os valores de massa magra e massa gorda. É uma técnica segura, simples, rápida e não invasiva, o que representa uma grande vantagem para sua utilização na academia, no clube, na clínica ou em outras situações de campo.
Essa técnica baseia-se no princípio de que o tecido magro é um bom condutor de corrente elétrica, por conter uma grande quantidade de água (aproximadamente 73%) e eletrólitos. Por sua vez, a gordura, possui pequena quantidade de água, e é um mal condutor. Esse princípio permite inferir que uma grande quantidade de água e de massa corporal magra, oferecem uma menor resistência à passagem de uma corrente elétrica (Costa, 2002).


A composição corporal e o peso são dois dos vários fatores que contribuem para uma ótima performance. O peso corporal pode influenciar a velocidade, resistência e potência dos atletas, enquanto a composição corporal pode afetar força, agilidade e aparência dos mesmos (American College of Sports Medicine, 2000).
Além da bioimpedância elétrica há outras técnicas que podem ser utilizadas para avaliar a composição corporal como pesagem hidrostática, absormetria de raios X de dupla energia (DEXA) e equações preditivas que utilizam valores de dobras cutâneas, circunferências corporais, altura e peso para estivar a composição corporal.



